A Câmara Brasileira do Livro anunciou os finalistas do Prêmio Jabuti 2025, a mais tradicional premiação literária do país. Em sua 67ª edição, o prêmio reconhece a produção editorial brasileira em 21 categorias, reunidas nos eixos de Literatura, Não Ficção, Produção Editorial e Inovação. Entre os destaques deste ano, a categoria Literatura reúne autores consagrados e novas vozes, refletindo a pluralidade da escrita nacional . Cinco nomes de peso disputam a principal categoria do Jabuti. Chico Buarque, vencedor do prêmio em 2019, retorna com Bambino a Roma: ficção (Companhia das Letras), narrativa que combina memória, política e criação artística. Alberto Mussa, com A extraordinária Zona Norte (Todavia), mergulha nas origens do Rio de Janeiro e suas camadas históricas. Jeferson Tenório, vencedor do Jabuti em 2021 por O avesso da pele, concorre com De onde eles vêm (Companhia das Letras), novo romance sobre identidade, herança e pertencimento. Marcelino Freire apresenta Escalavra (Amarcord), obra de linguagem viva e experimental, enquanto Tony Bellotto, músico e escritor, disputa com Vento em setembro (Companhia das Letras), trama urbana sobre envelhecimento e afeto. A categoria valoriza narrativas de ampla comunicação com o público. O suspense Uma família feliz (Companhia das Letras), de Raphael Montes, concorre ao lado de O amor e sua fome (Lorena Portela, Todavia) e Boas meninas se afogam em silêncio (Andressa Tabaczinski, Rocco). Completam a lista A Casa da Ópera de Manoel Luiz (Celso Taddei, Mondru) e As fronteiras de Oline (Rafael Zoehler, Patuá). Entre os finalistas estão A bomba e outros contos de futebol (David Butter, Mórula Editorial), que une esporte e literatura, e Breve inventário de pequenas solidões (Tiago Feijó, Penalux), um retrato sensível das relações humanas. Também concorrem Dores em salva (Elimário Cardozo, Patuá), Esboços naturais (Cavito, Laranja Original) e Nós que nos amávamos tanto (Laís Araruna de Aquino, Cachalote). Veteranos e estreantes dividem espaço nesta categoria. Ruy Castro presta homenagem a Tom Jobim em O ouvidor do Brasil: 99 vezes Tom Jobim (Companhia das Letras), enquanto Carpinejar reflete sobre o tempo e as relações em Se eu soubesse: para maiores de 40 anos (Bertrand Brasil). A lista inclui ainda Geografia do tempo (Ary Quintella, Andrea Jakobsson Estúdio), Meia palavra basta (Francisco Bosco, Record) e Tempo e outros tempos (Carlos Heitor Cony, em memória, Nova Fronteira). A categoria presta tributo à força da linguagem poética. Respiro (Armando Freitas Filho, em memória, Companhia das Letras) celebra um dos grandes nomes da poesia contemporânea. Maria Lúcia Dal Farra concorre com Livro de erros (Iluminuras), e Manoel Ricardo de Lima apresenta O lado esquerdo (Mórula Editorial). Completam a lista Cahier de Poésie 3 (Michel Thiollent, Scortecci) e Poesia reunida [1966–2009] (Maria do Carmo Ferreira, org., Martelo). Entre os títulos infantis, Estações (Daniel Munduruku e Marilda Castanha, Moderna) traz uma reflexão poética sobre a passagem do tempo e o olhar indígena. Já Você dorme como um monstro? (Guilherme Karsten, HarperKids) aposta no humor e na imaginação. No juvenil, destacam-se Conhori e as Icamiabas: guerreiras da Amazônia (Eliane Potiguara e Tainan Rocha, Editora do Brasil), que revisita mitos amazônicos sob o olhar indígena, e Tia Ciata, a grande mãe do samba (Nei Lopes e Rui de Oliveira, Nova Fronteira), homenagem à figura histórica que inspirou o samba carioca. O quadrinista Orlandeli disputa com Mais uma história para o velho Smith (Gambatte), enquanto Pigmento (Aline Zouvi, Quadrinhos na Cia.) explora identidade e arte. Também estão entre os finalistas Superpunk (Guilherme Petreca e Mirtes Santana, Pipoca & Nanquim), Não sou Orlando (Helena Cunha, independente) e Quando nasce a autoestima? (Regiane Braz e Jefferson Costa, Ori/Trem Fantasma). Criado em 1959 pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), o Prêmio Jabuti nasceu do desejo de valorizar a literatura nacional em um período de dificuldades para o setor editorial. As discussões começaram ainda em 1955, lideradas por Edgar Cavalheiro e Mário da Silva Brito, e tomaram forma sob a presidência de Diaulas Riedel, que escolheu o jabuti como símbolo da sabedoria e da cultura popular brasileira. Na primeira edição, Jorge Amado foi premiado com Gabriela, Cravo e Canela, e Isa Silveira Leal recebeu o troféu por Glorinha. Desde então, o Jabuti se tornou o principal reconhecimento da cadeia do livro no Brasil, homenageando escritores, editores, ilustradores, tradutores e todos os profissionais que participaram da criação de uma obra.Os destaques da categoria Literatura
Romance literário
Romance de entretenimento
Conto
Crônica
Poesia
Literatura infantil e juvenil
Histórias em quadrinhos
Um prêmio com história