Fernanda Torres entrou para a história do cinema brasileiro ao tornar-se a primeira atriz brasileira a vencer o Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz. 

A premiação, realizada no dia 5 de janeiro de 2025, reconheceu sua atuação em Ainda Estou Aqui, filme dirigido por Walter Salles e inspirado no livro de Marcelo Rubens Paiva. 

No longa, Fernanda interpreta Eunice Paiva (mãe de Marcelo), uma mulher que enfrentou décadas de luta e dor em busca de respostas sobre o paradeiro do marido, desaparecido e morto pela ditadura militar brasileira.

A presença de brasileiros no palco do Globo de Ouro não acontecia desde 1999, quando Central do Brasil venceu como melhor filme em língua estrangeira e teve a mãe da atriz, Fernanda Montenegro, também entre as indicadas como melhor atriz.

Fernanda Torres: talento além das telas

O talento de Fernanda vai muito além das telas. Atriz premiada, ela também é uma escritora com três livros publicados, que mostram sua habilidade de explorar temas complexos com humor, melancolia e inteligência.

Conheça abaixo os livros escritos por Fernanda Torres: 

1. Fim (2013)

O romance de estreia de Fernanda Torres é um retrato irônico e melancólico sobre os últimos anos de vida de cinco amigos cariocas. Álvaro, Sílvio, Ribeiro, Neto e Ciro – cada um com suas manias, excessos e arrependimentos – enfrentam o peso das escolhas e os limites impostos pelo tempo. Com passagens marcadas por humor ácido e reflexões profundas, Fim equilibra leveza e gravidade ao abordar o envelhecimento, a solidão e as frustrações acumuladas ao longo de uma vida. A narrativa traz graça, sexo e sol, mas também uma camada de melancolia que transforma o livro em uma experiência literária singular.

2. Sete Anos (2014)

Nesta coletânea, Fernanda reúne textos publicados em jornais e revistas, explorando temas que vão de política a cotidiano, teatro e cinema. Seu olhar irônico e confessional está presente em cada página, com destaque para crônicas marcantes como Dercy e A Dança da Morte. Entre os textos, há também relatos pessoais, como Despedida, em que Fernanda reflete sobre a perda de seu pai.

3. A Glória e Seu Cortejo de Horrores (2017)

Em seu segundo romance, Fernanda narra a trajetória de Mario Cardoso, um ator que viveu o auge da fama como astro de telenovelas e enfrentou a decadência ao tentar encenar uma versão de Rei Lear. A obra é uma mistura de comédia de erros e drama profundo, explorando as desventuras de um artista em busca de relevância em um mundo que valoriza cada vez mais a superficialidade. Com um olhar crítico e ácido, Fernanda constroi um retrato de uma geração que viu suas ideias de arte sucumbirem às pressões do mercado e às próprias ilusões.

Fernanda Torres e o jornalismo

Desde 2007, Fernanda Torres mantém uma relação próxima com o jornalismo, contribuindo com textos marcados por inteligência e humor afiado. Sua estreia neste tipo de escrita aconteceu na revista piauí, com a crônica No Dorso Instável de um Tigre, um relato espirituoso sobre os desafios e temores enfrentados por atores ao entrarem em cena. O sucesso da publicação abriu caminho para uma coluna quinzenal na Veja Rio, onde Fernanda explorou temas diversos.

Posteriormente, ela retornou à piauí para escrever perfis encomendados, como os de Bráulio Mantovani e Hany Abu-Assad. Em 2010, sua versatilidade foi colocada à prova ao colaborar com o caderno Poder da Folha de S.Paulo, cobrindo as eleições presidenciais.