Ler os livros clássicos da literatura pode parecer chato e enfadonho para quem não tem familiaridade com as obras. A experiência de mergulhar nas narrativas que representam momentos importantes da história, seja pela ambientação dos livros em determinados períodos ou pelo conhecimento dos costumes da época, porém, pode ser uma experiência incrível. A estudante de Letras Malu Ezarani, que está no primeiro ano do curso na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), aos 18 anos já acumula uma invejável coleção de leituras dos livros clássicos da literatura brasileira. Malu conquistou uma vaga na universidade com uma excelente nota na redação do ENEM e garante que a leitura, além de ser divertida e ajudar a criar visões diferentes sobre o mundo, também colaborou para o bom resultado no Exame. Leitora desde a infância A estudante começou a se interessar pela leitura ainda na infância, mas engana-se quem pensa que as histórias complexas a seduziram desde o início. Quando criança, ela gostava mesmo de ler gibis da Turma da Mônica. “Comecei lendo as histórias mais curtas, de apenas três quadrinhos, e depois fui evoluindo”, lembra. Mais velha, passou a ler revistas adolescentes, como a Capricho, ao mesmo tempo em que se interessava pelos livros sugeridos pela escola. “Como o acesso ao celular era mais difícil, tinha menos distrações”, diz ela, que teve como grande influenciadora a mãe, Cláudia, que fazia questão de comprar todos os gibis e livros que a filha pedia. Malu considera que a leitura a ajuda em todos os aspectos da vida. “Sem os livros, não seria o que sou. As histórias e as visões dos personagens sobre os fatos quase sempre me fazem repensar minha visão sobre o mundo. Além disso, os personagens me ajudam a ver os problemas de um jeito diferente, pois muitos passam por situações difíceis e superam”, pontua, lembrando que a leitura é um ótimo caminho para conhecer diferentes realidades e novas culturas. Para gostar dos clássicos A motivação para gostar dos clássicos da literatura são as escolas literárias que representam. Ao estudar o modernismo, por exemplo, ela entendeu que a escola representava um rompimento do padrão europeu na literatura brasileira. “Fiquei apaixonada e fui buscar um livro que mostrasse essa transformação. Foi assim que descobri ‘Triste Fim de Policarpo Quaresma’, de Lima Barreto, e me motivei a pesquisar outras obras”, revela. Malu admite que a leitura dos clássicos pode ser enfadonha para quem ainda não se acostumou com a linguagem mais antiga. Uma dica para começar é procurar livros que tratem de temas que te agradem, sejam eles política, questões sociais e até mesmo romances. As palavras mais difíceis, segundo ela, podem ser vencidas com a ajuda do Google! Literatura e ENEM A redação do Enem tende a assustar os candidatos. A própria Malu conta que tinha uma visão distorcida sobre a prova. “Eu achava que nunca ia conseguir fazer um texto bom o suficiente para ser bem avaliado por uma banca”, disse. A estratégia usada para vencer o medo foi praticar. “Eu lia as redações modelo para me inspirar e também treinava muito. Foi importante ter os meus textos avaliados na escola, pois isso permitiu melhorar minha pontuação”, afirma. A leitura, de acordo com Malu, foi essencial para escrever um bom texto no ENEM. “Os livros me ajudaram a formar um bom repertório sociocultural, enriqueceram meu vocabulário e minha visão de mundo. Na minha redação, citei o livro ‘A Hora da Estrela’, de Clarice Lispector. As nossas referências sempre podem ser encaixadas nos textos”, aconselha. E para finalizar, pedimos a Malu para listar cinco clássicos da literatura brasileira que você não pode deixar de ler. Todas as obras estão disponíveis no site do Sebo Capricho, confira: Triste Fim de Policarpo Quaresma - Lima Barreto Capitães de Areia - Jorge Amado Hora da Estrela - Clarice Lispector Dom Casmurro - Machado de Assis