Celebrado em 12 de junho, o Dia dos Namorados é a data mais ligada ao romantismo no Brasil. E poucas formas de expressão falam tão bem sobre o amor quanto a literatura. Desde sempre, os livros registram encontros, desencontros, afetos e sentimentos difíceis de explicar, mas que fazem parte da experiência de de amar. A ficção nos permite olhar para essas histórias com calma, entender os caminhos por onde os sentimentos passam e reconhecer, mesmo em personagens distantes, desejos bem familiares: ser compreendido, dividir a vida com alguém, se permitir sentir. Hoje, essas histórias ganharam mais vozes e formas. Personagens LGBTQIA+, narrativas sobre juventude, identidades, contextos sociais e culturais diferentes ampliam o jeito de contar e viver o amor nos livros. O romance continua sendo um tema central, mas ele aparece junto de outras questões importantes, como identidade, pertencimento e afeto em tempos difíceis. Na tradicional lista do Sebo Capricho para o Dia dos Namorados, indicamos oito livros que falam de tudo isso. Tem histórias que se passam no passado ou nos dias de hoje, escritas por autores brasileiros e internacionais, com casais hetero e homoafetivos. Todas mostram, cada uma à sua maneira, que o amor segue sendo uma experiência imprescindível, mesmo quando é complicada, silenciosa ou fora do padrão. 1- Dois Garotos se Beijando, de David Levithan Inspirado em um caso real, o livro acompanha dois adolescentes que tentam bater o recorde mundial de beijo mais longo. Paralelamente, outras histórias de jovens LGBTQIA+ se cruzam, compondo um retrato múltiplo sobre amor, identidade e luta por reconhecimento. A narrativa alterna lirismo e crueza, com um narrador coletivo que carrega o peso da memória e do pertencimento. 2 - Eleanor & Park, de Rainbow Rowell Nos subúrbios dos anos 1980, dois adolescentes deslocados se encontram entre ônibus escolares, HQs e fitas cassete. A relação entre Eleanor e Park nasce da timidez e do estranhamento, mas cresce como um refúgio em meio às pressões familiares e ao preconceito. É um livro sobre se sentir visto pela primeira vez, sem romantizações exageradas. 3 -Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo, de Benjamin Alire Sáenz Uma amizade tímida entre dois garotos latinos no Texas se transforma num dos romances mais delicados e profundos da literatura jovem-adulta. Amor, identidade, silêncio e descoberta se fundem em um romance político e íntimo. 4 - Os Sete Maridos de Evelyn Hugo, de Taylor Jenkins Reid A atriz Evelyn Hugo decide contar sua biografia a uma jornalista desconhecida e o que resulta é um relato que vai muito além dos casamentos. O romance aborda o poder, a invisibilidade e a complexidade de viver (e esconder) um amor verdadeiro numa era de julgamentos públicos. É um livro sobre escolhas e sobre o que fica, mesmo depois que tudo muda. 5 -Leitura de Verão, de Emily Henry Dois escritores com estilos opostos resolvem trocar de gêneros literários durante um verão. O experimento vira uma oportunidade para revisitar traumas, desejos e o próprio modo de se relacionar com o trabalho e com o outro. É um romance leve, mas com questionamentos profundos sobre luto, ambição e o que significa estar emocionalmente disponível. 6 -Daisy Jones & The Six, de Taylor Jenkins Reid Ambientado nos bastidores de uma banda fictícia dos anos 1970, o livro é construído como se fosse um documentário oral. A relação entre Daisy e Billy é marcada por talento, conflito e um amor que nunca chega a se resolver totalmente. A música permeia tudo, mas o que sustenta a narrativa é a tensão entre desejo e responsabilidade. 7 - Felix Para Sempre, de Kacen Callender Felix é um adolescente trans e negro que vive em Nova York e busca compreender seu lugar no mundo e o que significa ser amado por inteiro. Ao investigar um ataque transfóbico que sofreu, acaba enfrentando seus próprios limites e vulnerabilidades. O livro não ignora o preconceito, mas privilegia o afeto e o autoconhecimento como caminhos possíveis. 8 - Você Tem a Vida Inteira, de Lucas Rocha Três jovens têm suas histórias entrelaçadas por um diagnóstico de HIV. Ambientado em Salvador, o romance mostra como o afeto pode se manifestar de diferentes formas: no cuidado, no apoio mútuo, na solidariedade cotidiana. O tema da soropositividade é tratado com naturalidade e sensibilidade, abrindo espaço para uma visão menos estigmatizante sobre o viver com HIV.